Eu falo 'muito tri'!

Aqui em Porto Alegre, ouço muito as pessoas dizendo ' tri '.
Bah isso ou aquilo ou aquela pessoa é tri:
Tri legal, tri querida, tri gostosa, tri bonita...
O mesmo se dá para quando queremos criticar algo ou alguém:
Tri chato, tri fraquinho, bah o cara é tri podre, a menina é tri down...
O Tri intensifica.
Exagero? Talvez!
Quando eu era criança, lembro que meus primos que moravam no Rio de Janeiro vinham nos visitar e sempre traziam gírias 'na bagagem'. Logo nos primeiros dias eu achava tri chato e irritante o jeito e as girias que eles falavam. Era difícil aceitar e acostumar com aqueles sons a mais. Depois eles mudaram para São Paulo, aí ficou pior ainda.
Conviver com o diferente não é fácil.
Morei um tempo em Santa Catarina e trabalhava como locutora de rádio e lembro ter sido elogiada e até admirada pelo meu jeito de falar. O sotaque do gaúcho se destaca por lá, inclusive eles rodam muita música gaúcha e tem inclusive programas só dedicados aos gaúchos. Era uma troca muito bonita, mas confesso que me rendi aos catarinense e um pouco antes de voltar para Porto Alegre percebi que já tinha absorvido um pouco da cultura deles.
Não, não tenho a pretensão de discutir esse assunto a fundo, mas sugiro uma avaliação, uma auto-análise.
Que cada um de nós possa parar e pensar: No meu falar, o que é meu e o que é do outro?
Boa avaliação para todos nós.
Cláudia Kuhn da Luz.